Antes da revolução de 25 de Abril de 1974, havia um défice profundo de escolarização na sociedade portuguesa e era maior nas classes trabalhadoras, nas rurais e no género feminino. Com o advento da democracia, a educação passou a ser uma das prioridades na política nacional. Alargou-se a rede escolar a todo o país e a toda a população. Podemos dizer que “a escolaridade universalizou-se” e as melhorias deram-se em termos quantitativos e qualitativos. Nas últimas décadas, Portugal tem feito um enorme esforço de qualificação escolar da população. Este é um processo inacabado, apesar do esforço de recuperação, ainda estamos aquém da média europeia, mas fundamental para tirar o país do marasmo do atraso estrutural em que mergulhava. Aqui há a considerar os avultados recursos financeiros que eram canalizados para o esforço de guerra que Portugal mantinha em três frentes, nas ex-colónias de Angola, Moçambique e Guiné penalizando o investimento na educação, e nas infraestruturas necessárias ao desenvolvimento do país.
“Depois de ter divergido da Europa durante quase um século, atingindo o maior fosso por volta dos anos 20, Portugal começa a recuperar lentamente o seu nível de vida. Mas foi sobretudo entre os anos 50 e 90 que se dá o processo de convergência e aproximação dos níveis médios da União Europeia, atingindo actualmente cerca de 67% dessa média. Neste período, transforma-se de um país subdesenvolvido em desenvolvido, à luz dos critérios de definição de um país desenvolvido pelas organizações internacionais” (…). (Abel Mateus, 2001 p.3) Porém, nos últimos anos esse processo de convergência real tem desacelerado substancialmente.
Mas em termos de produtividade do trabalho a situação é mesmo mais pessimista, pois em 1997, e segundo dados coligidos para os países da OCDE, Portugal teria apenas 54% da produtividade média da UE, o valor mais baixo desta última região. E o salário horário na indústria era apenas 26% da média da UE em 1998, segundo este organismo. Ora, para atingirmos os padrões da UE a longo prazo, temos que ter os padrões de produtividade e rendimento próximos daquela região.
Não poderemos atribuir este desfasamento da economia portuguesa, sómente à conjuntura internacional, estamos perante a evidência da existência de não-conformidades relativamente às políticas seguidas. É certo que, “Roma e Pavia, não se fizeram num só dia”, é notória uma grande evolução da sociedade portuguesa, mas muito há aínda a fazer. Contudo, apesar desta evolução geral de condições de vida o acesso e sucesso na escola revelam disparidades sociais ainda muito consideráveis. Para um país como Portugal, a globalização, é uma realidade que se impõe a quem tem de tomar decisões, sejam os governos, sejam as empresas, ou outros agentes económicos.
Apresentam-se grandes desafios à manutenção do processo de convergência e à permanência do país no grupo dos países desenvolvidos, pelo facto de a realização progressiva da coesão económica e social implicar a redução das assimetrias existentes. Um elevado déficite ainda nos separa em relação à União Europeia. O processo de desenvolvimento em capital humano, infraestruturas físicas, capacidade de inovação e desenvolvimento, assim como a continuação das reformas estruturais em vários sectores sociais e económicos terão que continuar. O desafio à capacidade empresarial é crucial para o desenvolvimento do país, este desafio passa também por congregar e envolver toda a sociedade civil sendo fundamental a ligação e cooperação entre as Universidades e as Empresas.
No seguimento das políticas de desenvolvimento, o Governo Português lançou o “Plano Tecnológico”, assim como o programa “Novas Oportunidades”, no âmbito do plano tecnológico, e segundo a definição oficial do mesmo, este “(…) é uma agenda de mudança para a sociedade portuguesa que visa mobilizar as empresas, as famílias e as instituições para que, com o esforço conjugado de todos, possam ser vencidos os desafios de modernização que Portugal enfrenta. No quadro desta agenda, o Governo assume o Plano Tecnológico como uma prioridade para as políticas públicas. O Plano Tecnológico constitui também o pilar para o Crescimento e a Competitividade do Programa Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego, que traduz a aplicação em Portugal das prioridades da Estratégia de Lisboa. In: ( Sitio Oficial do Plano Tecnológico). A penetração de banda larga em Portugal, fixa e móvel, atingiu o valor de 37,8%, estes dados revelam a tendência crescente da adesão dos portugueses aos serviços de acesso à Internet . Em apenas um ano, este tipo de acessos cresceu 63%. Estes resultados refletem as políticas de sisseminação do Plano Tecnológico e que, segundo um relatório recentemente divulgado pela IDC, fizeram de Portugal o país da Europa Ocidental onde se verificou o maior crescimento na venda de computadores pessoais no ano de 2008.
A este facto não será alheia, a distribuição de PC’s portáteis em todos os níveis de ensino, com excepção para o ensino superior. Os programas e-escola e e-escolinha, que visam a massificação da utilização de computadores e de Internet em Banda Larga e o combate à exclusão digital. Atendendo a que com a grande variedade de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) existentes no presente, como portáteis, telemóveis e internet, tornou-se frequente e verifica-se que os jovens aderiram e dessa forma ampliam conhecimentos para além do contexto da escola, preferindo este ambiente em detrimento dos processos tradicionais de aprendizagem operados na escola. “é importante a escola tornar-se mais atractiva e em sintonia com as novidades tecnológicas que vão deslumbrando o homem.” (Lyon, cit. por Silva; Pestana)
Segundo o Index of Globalization 2009 publicado a 27 de Janeiro pelo KOF – Swiss Economic Institute, Portugal ocupa a 15ª posição numa lista de 158 países, à frente de países da União Europeia como a França, Espanha, Itália, Alemanha ou Reino Unido. Considerando apenas a os países da EU 27, Portugal posiciona-se em 11º lugar.
mede 24 variáveis inerentes a três das principais dimensões da globalização: económica, social e política. ( in: Índex of Globalization ).
Relativamente ao programa “Novas Oportunidades”, “Este eixo de intervenção tem como objectivo dar resposta aos baixos níveis de escolarização dos jovens através da diversificação das vias de educação e formação, pelo reforço do número de vagas de natureza profissionalizante e da exigência em garantir melhores taxas de aproveitamento escolar. Neste contexto, destaca-se o objectivo de inverter a tendência do aumento do número de jovens que não conclui o ensino secundário e, simultaneamente, a valorização das aprendizagens proporcionadas por este nível de ensino.” In ( Sitio Oficial, Novas Oportunidades ).
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